A empresária Adriana da Confecção, bastante conhecida no ramo de confecções na cidade de Fartura, se viu no centro de uma polêmica após proferir declarações consideradas ofensivas em um encontro partidário. O evento, direcionado a mulheres apoiadoras dos candidatos Marcão do Haras e Célia do Zé, da coligação “Trabalho e Respeito pelo Povo”, gerou grande repercussão, particularmente por conta dos ataques verbais de Adriana aos funcionários públicos municipais. Durante seu discurso, a empresária referiu-se aos servidores como “negos vagabundos”, o que imediatamente despertou indignação e levou à formalização de representações contra ela.
O discurso de Adriana não apenas gerou um ambiente de tensão entre os servidores públicos, mas também suscitou questionamentos sobre o papel das lideranças políticas e sindicais locais. A fala foi recebida com grande reprovação, especialmente no contexto eleitoral, em que a coligação de Marcão do Haras e Célia do Zé busca consolidar apoio.
Tentativa de contato com o sindicato
A reportagem tentou, em várias ocasiões, contato com o Sindicato dos Funcionários Públicos Municipais, que representa a categoria diretamente afetada pelas declarações de Adriana. Após três tentativas via redes sociais e WhatsApp e mais duas por telefone, a presidente do sindicato, Néia Fabro, finalmente atendeu. Néia informou que a situação foi encaminhada à Federação, que em breve forneceria uma resposta oficial. Esse silêncio inicial gerou desconforto entre os servidores públicos, principalmente porque Néia é associada ao mesmo grupo político de Adriana, levantando suspeitas sobre uma possível conivência com as declarações da empresária.
Funcionários municipais manifestaram sua insatisfação com a postura da representante sindical, sugerindo que a demora em tomar uma posição firme poderia estar relacionada ao apoio político que Néia e Adriana compartilham. Para muitos, o silêncio do sindicato foi visto como uma falha em defender adequadamente os trabalhadores diante de um ataque público.
Reação de Célia do Zé causa polêmica
Outro elemento que intensificou a controvérsia foi a reação de Célia do Zé, candidata a vice-prefeita na chapa de Marcão do Haras. Durante o discurso de Adriana, Célia foi vista aplaudindo as declarações, o que gerou ainda mais críticas. A atitude da candidata foi interpretada por muitos como um endosso às declarações ofensivas, ampliando o descontentamento tanto entre os funcionários públicos quanto entre a população em geral. A combinação de um discurso polêmico com o aparente apoio de uma candidata majoritária causou um efeito negativo, com muitos questionando o compromisso da coligação com o respeito aos servidores municipais.
Declarações adicionais e reação do jornalista Luiz Rogério Alvarenga
O jornalista Luiz Rogério Alvarenga, MTB 94.527/SP também se pronunciou sobre o episódio. Ele enviou uma mensagem diretamente a Adriana, criticando sua fala e apontando que suas declarações foram infelizes e inadequadas. Em resposta, Adriana afirmou que faria um vídeo para esclarecer sua posição e explicar o discurso. No entanto, em vez de moderar seu tom, a empresária voltou a se manifestar de forma ofensiva, referindo-se aos funcionários públicos comissionados como “corja”. Esse novo ataque agravou ainda mais a situação e reforçou as acusações de disseminação de discurso de ódio.
A insistência de Adriana em manter um tom agressivo, mesmo após ser confrontada, levantou suspeitas sobre sua motivação, especialmente no contexto da campanha eleitoral. Para alguns observadores, suas palavras foram interpretadas como uma demonstração de ambição pelo poder, já que sua proximidade com os candidatos Marcão do Haras e Célia do Zé pode estar relacionada a promessas de vantagens políticas, caso a chapa seja eleita.
Reação dos servidores públicos e registros na polícia
Em resposta ao discurso, diversos funcionários públicos de Fartura, tanto comissionados quanto efetivos, procuraram a Delegacia de Polícia Civil para registrar Boletins de Ocorrência contra Adriana. Conforme a legislação vigente, os servidores públicos, independentemente de sua modalidade de contratação, possuem direitos assegurados, incluindo a proteção contra difamação e ataques que possam prejudicar sua honra e dignidade no exercício de suas funções.
A busca por medidas legais reflete a gravidade com que os servidores encararam as declarações de Adriana. Para eles, as palavras da empresária foram uma tentativa clara de desmoralizar a categoria, que já enfrenta desafios em sua atuação cotidiana. Muitos viram nas falas de Adriana um exemplo de discurso de ódio, algo que pode ter implicações jurídicas, além de políticas.
Impacto nas eleições e falta de posicionamento de Marcão do Haras
O episódio também trouxe à tona questões sobre o clima político na cidade, especialmente no período eleitoral. A coligação “Trabalho e Respeito pelo Povo”, que tem Marcão do Haras como candidato a prefeito, vem sendo criticada não apenas pela postura de Adriana, mas também pela falta de uma resposta clara da liderança. Até o momento, Marcão do Haras não se pronunciou publicamente sobre o ocorrido, deixando em aberto como a coligação lidará com as consequências das declarações de Adriana.
A ausência de um posicionamento firme por parte de Marcão tem sido alvo de críticas. Muitos esperavam uma resposta rápida e contundente, especialmente considerando a gravidade das acusações de discurso de ódio. A demora em reagir pode impactar negativamente a imagem da coligação, uma vez que o episódio já se espalhou pela cidade, gerando debates acalorados entre os eleitores.
O papel do sindicato e os próximos passos
A situação também colocou em destaque o papel dos sindicatos na defesa dos trabalhadores. Néia Fabro, presidente do Sindicato dos Funcionários Públicos Municipais, foi criticada por sua demora em responder ao caso e pela aparente falta de autonomia em sua atuação. Alguns servidores chegaram a questionar se o sindicato estaria agindo para proteger os interesses da categoria ou se estaria priorizando sua aliança política com Adriana.
A expectativa agora é que o caso tenha desdobramentos tanto no âmbito jurídico, com os registros de Boletins de Ocorrência contra Adriana, quanto no âmbito político, com possíveis repercussões para a campanha da coligação. A resposta da Federação dos Sindicatos também é aguardada, assim como uma possível manifestação de Marcão do Haras e Célia do Zé sobre o caso.
A população de Fartura aguarda os próximos passos, tanto dos candidatos quanto do sindicato, para entender como esse episódio será tratado e quais consequências ele trará para o cenário eleitoral local.