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Promessa Incumprida: Prefeito de Fartura usa salário para defesa pessoal e deixa entidades no esquecimento

Mais uma promessa de campanha do prefeito de Fartura cai por terra, em meio a denúncias e questionamentos sobre falta de transparência na gestão.

O compromisso assumido publicamente pelo prefeito de doar seu salário mensal a entidades filantrópicas se revelou, na prática, mais uma peça de retórica eleitoral. Em entrevista recente à rádio local, ao ser confrontado sobre o não cumprimento da promessa, o prefeito alegou estar sendo “massacrado pela oposição” e justificou o redirecionamento do salário à contratação de uma consultoria jurídica para sua defesa pessoal.

A explicação, além de surpreendente, levantou uma série de questionamentos. Afinal, onde estão os comprovantes dos gastos? Foram apresentados contratos, notas fiscais ou qualquer tipo de documentação que comprove os tais quatro pagamentos mencionados? Até agora, nada foi divulgado.

Enquanto isso, as entidades que deveriam receber os valores seguem no limbo — e a população começa a enxergar no episódio não apenas uma quebra de palavra, mas uma demonstração clara de prioridades invertidas. O que era para ser um gesto simbólico de compromisso com a comunidade, tornou-se agora mais um episódio de um governo acuado por denúncias e desacreditado por suas próprias atitudes.

Falta de transparência ou má-fé?

Se o prefeito decidiu usar recursos próprios para se defender, essa é uma escolha pessoal. Mas quando essa decisão recai justamente sobre uma promessa pública — feita em campanha e reiterada em diversas ocasiões — a situação ganha contornos mais graves. A falta de comprovação dos pagamentos e a ausência de transparência quanto ao destino do salário levantam dúvidas legítimas: o dinheiro realmente foi usado para essa finalidade ou estamos diante de uma nova narrativa para justificar o descumprimento?

Não é a primeira vez que a gestão municipal se vê em meio a contradições e escândalos administrativos. Mas desta vez, o impacto recai diretamente sobre organizações que prestam serviços essenciais à comunidade e que, acreditando na promessa, contavam com esse apoio.

Entidades lesadas por uma gestão contraditória

Durante a campanha, o discurso emocionou e mobilizou. Entidades sociais viram na promessa uma chance de reforçar seus projetos e ampliar o atendimento à população. Hoje, o que encontram é silêncio e frustração. A administração, que se diz atacada politicamente, ignora que a origem dos problemas não está na oposição, mas nas próprias falhas da gestão.

A prioridade do prefeito parece ter mudado: de contribuir com instituições que servem à população, passou a investir na preservação de sua imagem diante das investigações. Uma escolha que, no mínimo, fere o princípio da moralidade administrativa.

Opinião: entre promessas vazias e desculpas mal formuladas

O episódio é mais um reflexo de como promessas de campanha, quando feitas sem compromisso real, se tornam ferramentas de marketing político — e nada mais. O prefeito de Fartura preferiu se resguardar juridicamente em vez de cumprir o que prometeu. Pior: não prestou contas nem foi transparente sobre os valores que afirma ter gasto. Isso não é apenas um erro de comunicação, é uma falha ética.

Enquanto isso, as entidades esperam. A comunidade observa. E a gestão se apequena diante de mais uma oportunidade perdida de mostrar compromisso com o bem público. Em vez de liderar com responsabilidade, o chefe do Executivo prefere alimentar um ciclo de justificativas frágeis e narrativas de perseguição.

A população de Fartura, mais uma vez, fica com as sobras de um governo que prometeu muito — e até agora, entregou pouco.