A licitação do Natal em Fartura tem gerado questionamentos e revoltado moradores quanto ao planejamento e às prioridades da atual gestão. Na administração passada, os gastos foram menos da metade do valor previsto para este ano, além de ainda existirem enfeites guardados na Chácara Municipal, que poderiam ser reaproveitados.
A abertura do processo licitatório para a contratação da decoração e estrutura do “Natal da União 2025”, em Fartura, tem provocado forte reação entre moradores e lideranças locais. Publicada a apenas 20 dias do início das festividades, a licitação estima um gasto de R$ 755.890,14 (Setecentos e cinquenta e cinco mil, oitocentos e noventa reais e quatorze centavos), valor considerado elevado e incompatível com o prazo apertado para execução.
O certame está marcado para 5 de dezembro, às nove horas, o que significa que, mesmo sem eventuais recursos, a contratação só poderia ser formalizada em torno de 10 a 15 de dezembro. Na prática, isso deixaria um intervalo de poucos dias para instalar toda a estrutura natalina, o que tem levantado suspeitas de falta de planejamento ou possível direcionamento.
Críticas ao Planejamento
A gestão do prefeito Marcão do Haras, ao lado da vice Célia do Zé, é alvo de críticas por anunciar uma licitação de grande porte tão próximo do período festivo. Para moradores, trata-se de um exemplo de organização tardia e ineficiente, especialmente considerando que “a maioria das cidades da região já iniciou suas programações de Natal”, como destacaram internautas.
O valor também chama atenção: cerca de R$ 750 mil para, potencialmente, apenas 10 a 15 dias de festividades. A disparidade entre custo e execução tem alimentado debates sobre prioridades da administração municipal, especialmente em um momento em que serviços básicos, como transporte coletivo, são alvos de reclamações constantes.
Comparações com Gestões Anteriores
Outro ponto levantado por críticos é a postura do atual presidente da Câmara, vereador Bruno Guazzelli Durço (PSD), que no passado teria sido um opositor ferrenho de gastos semelhantes realizados pelo ex-prefeito Luciano “Filé”. Agora, porém, conforme apontam moradores, o vereador mantém silêncio frente ao processo licitatório conduzido pela atual gestão, da qual faz parte da base de apoio.
A cobrança pública gira em torno da coerência e transparência: se antes os gastos eram criticados, questionam munícipes, por que agora não há o mesmo rigor?
Prioridades em Debate
Além do cronograma apertado e do alto valor da licitação, moradores também apontam contrastes entre o investimento pretendido para o Natal e a realidade vivida pela população. Há queixas sobre famílias que precisam utilizar transporte coletivo em condições precárias, com superlotação e problemas estruturais nos veículos.
Para parte da população, o gasto próximo de R$ 1 milhão, decidido às vésperas do Natal, reforça a percepção de que o slogan “Natal da União” não se reflete na prática, nem mesmo dentro do próprio grupo político da gestão.
Continuidade da Apuração
Com a sessão da licitação marcada para o próximo dia 5 de dezembro, restam dúvidas sobre a viabilidade da execução das festividades dentro do calendário habitual e sobre os critérios utilizados na formulação da proposta. Moradores e entidades locais devem acompanhar de perto o processo para verificar:
- Se o custo final contratado se manterá dentro da estimativa;
- Se haverá recursos administrativos que possam atrasar ainda mais a conclusão;
- A justificativa formal da administração para o valor e o prazo;
A reportagem segue acompanhando o caso e busca posicionamentos oficiais da Prefeitura de Fartura e da Câmara Municipal.
